A medicina alopática, que é a mais praticada no nosso país, baseia seu tratamento em medicações que são capazes de resolver a doença para a qual foram prescritas, porém podem desencadear efeitos colaterais, alguns indesejáveis. Isso porque só há poucos anos conseguimos ter disponíveis medicações que agem apenas no órgão para o qual foram prescritas, praticamente acabando com esse risco.
Na Cardiologia, somente há poucos anos conseguimos ter disponíveis essa classe de medicações, já conhecidas há mais tempo pela Oncologia, Reumatologia e Dermatologia: os anticorpos monoclonais, também conhecidos como medicações biológicas; as principais são quase que totalmente humanizadas, desenvolvidas através de engenharia genética justamente para agir só no alvo da doença e não em todo o organismo. O tratamento da dislipidemia (colesterol alto) teve um grande avanço com a criação dos inibidores da PCSK-9, uma classe que permite hoje tratar os casos mais graves. Como toda nova tecnologia, o principal empecilho para sua maior utilização é o custo elevado, mas a sua alta efetividade aliada a sua quase ausência de efeitos indesejados (os ditos colaterais) aumentam a cada dia sua utilização, o que vem reduzindo drasticamente os custos. Em breve teremos também disponível uma nova classe para esse tratamento: os RNA de pequena interferência ou siRNA, já com três medicamentos em estudo avançado, o Inclisiran, o Olpasiran e o Pelacarsen, sendo que o primeiro deverá estar disponível para nós já em 2023.
Como esse futuro da medicina está apenas chegando para nós brasileiros, essa é mais uma razão para sempre escolher nosso médico com o maior número de referências possíveis, não só para que o diagnóstico e o seu consequente tratamento seja o mais acertado possível, mas também para ter dele todas as informações necessárias acerca do seu tratamento, incluindo seus possíveis riscos, evitando a famosa leitura da bula do medicamento, que foi criada muito mais para resguardar os laboratórios de possíveis processos inerentes aos indesejáveis efeitos colaterais, do que para orientá-lo acerca da medicação ou da sua doença. Quando se lê na bula que um remédio pode provocar, por exemplo, dor no estomago, o paciente não se atenta que esse risco descrito é de por exemplo, 0,6%, já tendo sido avaliado pelo seu médico que o benefício da sua utilização é muito maior que o esse risco em especial. Por vezes, essa leitura pode levar os pacientes a interromper um tratamento antes do seu final, comprometendo todo o resultado. Essa orientação você tem normalmente apenas do seu médico de confiança.
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